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sábado, 16 de fevereiro de 2013

O dedinho de Eliana nas artes

A apresentadora de TV é apenas uma de suas personagens. Longe das câmeras, ela comanda uma editora de livros refinados e investe numa coleção de telas e esculturas
Ela é conhecida no Brasil inteiro apenas pelo primeiro nome: Eliana. Foi assim desde que apareceu pela primeira vez na TV, ainda adolescente, como integrante do grupo A Patotinha. E é assim que ela se apresenta em seu programa nas tardes de domingo no SBT, onde consegue picos de audiência de 16 pontos – ou 960 mil televisores ligados. Para quem a conhece apenas por sua personagem na TV, o sobrenome de batismo, Michaelichen, soa tão estranho quanto duas das grandes paixões que ela afirma cultivar longe dos holofotes. Além de se dedicar ao marido, o produtor musical João Marcelo Bôscoli, e ao filho deles, Arthur, de 1 ano, Eliana publica livros e coleciona obras de arte. Em sua casa, uma mansão branca em estilo neoclássico cercada por palmeiras com mais de 4 metros de altura em Alphaville, ela mostrou as telas, as esculturas e os desenhos de que mais gosta. A coleção tem cerca de 50 obras e inclui desde pinturas de artistas contemporâneos, como os paulistanos Amélia Toledo e Paulo Climachauska, até um rascunho da modernista Tarsila do Amaral. O xodó é a escultura espiralada do português Ascânio Maria Martins Monteiro. Com 3 metros de altura, a peça ocupa há sete anos o hall de entrada da mansão, um cômodo com pé-direito duplo encimado por uma claraboia. Feita por encomenda, a obra é tida como a pedra fundamental do acervo. “Só compro trabalhos que me emocionam”, diz Eliana. “Arte não é decoração”. 
Com maquiagem reforçada e forte perfume adocicado, ela concedeu a entrevista esparramada num sofá de uma de suas três espaçosas salas de estar. Chamam a atenção na mesa de centro um livro sobre a banda alemã Kraftwerk e exemplares da comentadíssima revista americana de cultura Visionaire. Eliana informa que o interesse por artes surgiu numa viagem a Paris feita aos 19 anos, ao deparar no Louvre com a escultura do italiano Antoni Canova que retrata o mito de Eros e Psique. “Fiquei muito emocionada e com vontade de viver cercada de obras. Mas precisava ganhar uma grana antes”, diz ela, à época já conhecida como apresentadora de quadros infantis e prestes a estourar com a música chiclete “Os dedinhos”, aquela dos polegares.“Ela tem um senso estético enorme e muito interesse em comprar”, afirma Flavio Cohn, um dos diretores da Dan Galeria, que lhe vendeu algumas obras. Foi visitando exposições e conversando com figuras como Cohn que ela adquiriu repertório sobre o assunto. Cinco anos atrás, fez um curso de artes na Casa do Saber (de origem humilde, ela estudou psicologia na FMU, mas não se formou). “Quando a conheci, num vernissage meu, fiquei surpresa ao descobrir que ela tinha fotos no celular de várias paredes grafitadas”, diz a artista plástica Nina Pandolfo, cujo trabalho guarda semelhanças com o do marido, o Otávio da dupla Osgemeos. Viraram amigas, dessas que marcam um restaurante japonês “sempre que dá”.Um dos nove livros da editora que Eliana montou em 2009 para promover produções artísticas nacionais, a Master Books, é sobre a obra de Nina. O lançamento mais recente é dedicado ao filme O palhaço, de Selton Mello. A editora funciona no mesmo prédio no Itaim onde trabalha a equipe do site da apresentadora, voltado para mulheres – cerca de 100 produtos de beleza levam seu nome. Quando vai até lá, a bordo de um Porsche Cayenne preto com motorista, fica menos de uma hora. “A agenda dela é muito corrida”, diz sua secretária particular, que dá expediente por ali e a auxilia mesmo à distância.
“Qual é o artista daquela peça de bronze que comprei?”, Eliana pergunta a ela por telefone durante a entrevista. A secretária não sabe. A conversa então envereda para as cifras milionárias que as telas da carioca Beatriz Milhazes alcançaram em leilões. “Queria ter tanto cacife.” Depois ela diz que quer conhecer o Museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha. Para quem não liga o papo à apresentadora do SBT, ela diz: “Faço, com muito orgulho, um programa popular. Mas meu gosto é diferente”.
 
Fonte:Época SP

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